Eu não pude voltar à tua casa, nem pude bater na tua porta; Eu não
estava enquanto choravas por qualquer razão que desconheço, nem pude
sentir o teu cheiro e o cheiro do teu cabelo molhado que me fazia pensar
em crianças felizes correndo pela casa.
Eu não parei para ver como estavas, nem tive a coragem –para que não
se diga decência- de passar apenas para perguntar do teu dia como fiz
por tanto tempo.
Eu não pude parar para
cumprimentar-te na rua mesmo vendo que os teus olhos me fitavam, não
pude dizer-te o quanto estavas linda usando um vestido branco, como de
fato, sempre ficavas. Nem mesmo falar o quão perfeitos estavam os cachos
do teu cabelo (prendo a respiração e aperto o passo).
Nunca saberás o esforço que faço para não olhar para traz, ou mesmo
para não gritar alto o teu nome quando nos cruzamos por essas ruas já
cansadas do meu e do teu cansaço.
Eu não pude dar-te meus motivos, nem esperar que entendesses minhas causas primeiras.
No fim das contas, a verdade é que não pude deixar de olhar para a tua
janela quando na tua rua, nem pude esquecer-me de ti me envolvendo nos
teus braços. Não pude esquecer-me dos teus olhos quando me olhavam
pedindo-me nada mais que a minha atenção. Não pude depois de tudo tomar
sorvete de flocos como se fosse só isso ( e você tinha que adorar
flocos...). Nunca mais olhei uma estrela cadente sem dizer o teu nome
três vezes e, mesmo te tendo deixado em nome da tua felicidade,
nunca pude deixar de escrever-te sem que saibas nem de amar-te sem que
sintas.
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